Após almoçar aquela carne seca, continuei sentado à mesa de madeira, para tentar escrever uma estória. Mas não. Não consegui. O que ouço lá fora mistura-se com o tic tac do relógio, esse maldito.
Até agora, nada escrevi. Já até me propus a ignorá-lo, mas não posso... Algo em mim diz que tirar a pilha ou jogá-lo no chão não irá tirar o som do tic tac.
A única coisa que penso é o tic tac. Olho-o a todo momento, pois acho que ele realiza um trabalho curioso: ele comanda o Tempo. Alguns dizem que o Tempo cura, estabiliza a situação... Mas o que é o Tempo, senão um mecanismo manipulado por um instrumento?
Até agora, nada escrevi. Já até me propus a ignorá-lo, mas não posso... Algo em mim diz que tirar a pilha ou jogá-lo no chão não irá tirar o som do tic tac.
A única coisa que penso é o tic tac. Olho-o a todo momento, pois acho que ele realiza um trabalho curioso: ele comanda o Tempo. Alguns dizem que o Tempo cura, estabiliza a situação... Mas o que é o Tempo, senão um mecanismo manipulado por um instrumento?
Tenho vontade de abri-lo, penetrá-lo na minha carne, colocando o Tempo em mim para saber o que ele realmente é.
Já faz duas horas que só o que ouço é o som desse maldito. Creio que daqui um tempo, só o que falarei será a repetição do barulho do relógio.
O que me assusta é que ele não para para tomar fôlego, nem para tomar um gole d'água. Como algo sem vida comanda tanta coisa?
- Boa tarde, querido.
- Tic tac.
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