Crescera num bairro humilde de uma simples cidade. Seu sorriso era tão pobre quanto seu olhar inocente. Comia apenas o necessário. Necessário para a morte.
Vestia-se do modo que dava.Se importava com seu estômago dolorido e mais: com seu pensamento frustado. Era pequenina, mas já entendia sobre si mesma e reconhecia sua inutilidade perante os demais seres presentes aqui nesse mundo tão...
Não se condenava por ser dispensável. Ela era assim. E aceitava-se desse modo. Até seus pais abandonaram-a. Sem motivos. O fato de seu sorriso ser vazio já bastava.
Certo dia, então, essa guriazinha resolveu matar o coelho que morava em frente ao que ela chamava de 'lar'. Matou-o sem dó. Sentiu-se bem. Noutro dia, matou um bodezinho. E assim foi... Até o dia em que matou a si mesma. Ah, nunca sentiu-se tão viva!
A leitura por si só; já é algo bastante prazeroso.
ResponderExcluirAinda mais quando temos o privilégio de ler textos tão envolventes como os da Grande autora Carla Pedroso.
Você tem futuro Carla. Eu aposto minhas fichas em ti.